Para celebrar o trabalho pioneiro de Ansel Adams, a exposição “Ansel Adams, Paisagens de Luz e Som” exibirá pela primeira vez na América Latina, 180 obras do fotógrafo norte-americano, sendo 70 fotografias pertencentes ao acervo da Galeria Ansel Adams (EUA), 80 fotos de acervos particulares e da família e 30 objetos pessoais do artista, incluindo algumas de suas câmeras fotográficas.
A mostra acontece de julho a agosto de 2015, em São Paulo, no Instituto Tomie Ohtake, com curadoria de Jeanne Adams, nora do fotógrafo e do arquiteto Marco Antonio Ribeiro Alves, um dos sócios da BUMMUB, empresa responsável pela vinda da exposição ao Brasil.
Michael, filho de Ansel Adams, e sua esposa Jeanne, virão ao Brasil pela primeira vez, em novembro deste ano, para conhecer o país e o local da exposição e voltarão para a inauguração em julho de 2015.
A exposição terá ainda três itinerâncias, a primeira em Belo Horizonte, de setembro a novembro de 2015, depois passará por Curitiba durante os meses de janeiro, fevereiro e março de 2016, e encerrará a temporada em Recife, durante abril a maio de 2016.
A exposição apresenta obras primas do fotógrafo, incluindo as mais célebres como Monolith, The Face of Half Dome (1927), Valley View and Rainbow (1930) e Moon and Half Dome (1960). Dentre os objetos pessoais, o público poderá ver suas câmeras de grande formato, que faziam de seu estilo único.
A ambientação sonora foi pensada com muita delicadeza, já que antes de se dedicar a fotografia, Ansel Adams foi músico, inclusive, seu talento poderá ser ouvido na sala da memorabilia, dedicada aos seus objetos pessoais e que terá uma gravação rara e original do artista ao piano.
No restante da mostra, os sons do Parque Nacional de Yosemite, principal local das fotografias de Adams, poderão ser ouvidos pelo público. Uma imersão no mundo do fotógrafo, que também foi um dos primeiros ambientalistas dos Estados Unidos e, fez de Yosemite, seu principal ponto de ativismo e inspiração.
Ansel Adams
Ansel Adams nasceu em San Francisco, Califórnia em 1902. Considerado disléxico, foi levado a estudar com os parentes em casa. Autodidata, aprendeu a ler partituras e a tocar piano aos 12 anos. Com 18, fez do hobby sua profissão.
Em 1916, ganhou de seus pais sua primeira câmera, uma Kodak No. 1 Box Brownie. Em 1919, passou seu primeiro verão em Yosemite Valley, como “zelador” do Sierra Club e tornou-se amigo dos membros do clube e fundadores do movimento de conservação ambiental. Em Yosemite, conheceu sua esposa Virginia Best com quem se casou em 1928 e teve um casal de filhos. A paisagem natural passou a ser o principal objeto de sua fotografia.
Adams começa a perseguir a “fotografia direta” enfatizando a claridade das lentes e a ampliação sem parecer ter sido manipulada na câmera ou no quarto escuro. Em 1927, conhece o fotógrafo Edward Weston e, cinco anos depois, fundam o Group f/64, que chama a atenção nacional para a fotografia direta da costa oeste.
Em 1935, faz sua primeira exposição individual em Nova York. A repercussão é enorme e ele começa a trabalhar como fotógrafo comercial para o National Park Service, Kodak, Zeiss, IBM, AT&T, entre outros.
Foi o principal consultor da Polaroid e da Hasselblad e desenvolveu o complexo conceito de “zone system” (sistema de zona) do controle da exposição, que permite a visualização criativa de uma imagem e sua captação. Produziu um manual técnico de fotografia em 10 volumes, que se tornou um dos mais influentes livros sobre o assunto. Criou o primeiro departamento de fotografia do Museu de Arte Moderna de Nova York. Morreu em 1984, sem finalizar a sua autobiografia.
Serviço
“Ansel Adams, Paisagens de Luz e Som”
Data: julho e agosto de 2015
Local: Instituto Tomie Ohtake – Rua Coropés, 88 – Pinheiros, São Paulo
Entrada franca