Uma corrida de 42 km não é um desafio fácil; requer treinamento por vários anos e muita determinação. E o desafio fica ainda maior quando a prova tem duração que varia de 4 a 6 horas em pleno deserto. E quem esteve participando desta importante prova, a Maratona no Deserto de Atacama, foi o guarulhense Eduardo Albuquerque, que enfrentou um percurso de asfalto, dunas, estrada de chão, trilha e areia. Ele foi o 7º colocado na categoria Sub-35 e 30º na categoria geral.
Para Albuquerque, a prova tem suas particularidades principalmente em função da hidratação. “No deserto, a perda de líquido é intensa e imperceptível. Quando se percebe, seu organismo já está em colapso”, lembrou Eduardo, que é atleta, educador físico, personal trainer e especialista em terapias manuais. Para tanto, a organização da prova tem boa parcela de responsabilidade no apoio dos atletas para uma perfeita hidratação.
Eduardo Albuquerque já participou de várias provas em situações extremas. Tem em seu currículo três provas de Ironman (3,8 km de natação, 180 km de bicicleta e 42 km de corrida) e outras oito de “meio” Ironman (70,3 milhas), oportunidade em que figurou entre os 20 melhores de sua categoria. No próximo ano será o mais jovem entre os 32 atletas do mundo a participar da mais dura prova da categoria triathlon, considerada a prova do Ultraman em versão brasileira, cujo percurso total será de 515 km, entre natação, bicicleta e corrida divididos em apenas três dias.
O deserto
O deserto do Atacama está localizado na região norte do Chile até a fronteira com o Peru. Com cerca de 1.000 quilômetros de extensão, é considerado o deserto mais alto e mais árido do mundo, pois chove muito pouco na região, em consequência das correntes marítimas do Pacífico não conseguirem passar para o deserto por conta de sua altitude. Assim, quando se evaporam, as nuvens úmidas descarregam seu conteúdo antes de chegar ao deserto, podendo deixá-lo durante épocas sem chuva. Isso o torna de aridez incrível.
As temperaturas no deserto variam entre 0ºC à noite e 40ºC durante o dia. Em função destas condições, existem poucas cidades e vilas no deserto; uma delas, muito conhecida, é São Pedro de Atacama, que tem pouco mais de 3.000 habitantes e está a 2.400 metros de altitude. Por ser bem isolada é considerada um oásis no meio do deserto e lugar propício para a largada de um dos circuitos mais desafiadores do mundo.
Por redação
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