Com a missão de aproximar a vida urbana da natureza, o paisagista adapta diversas espécies que se encaixam a diferentes rotinas, das mais calmas até as mais agitadas
Com a tendência dos imóveis cada vez mais compactos localizados em grandes centros urbanos, as pessoas estão cada vez mais inseridas em uma rotina agitada e adaptada a ambientes pequenos, às vezes sem muito espaço para o convívio com a natureza. Enquanto os imóveis na década de 1970 tinham, em média, 100 metros quadrados, informações do Sindicato de Habitação de São Paulo (Secovi-SP) revelam que em 2022 50,8% dos lançamentos de apartamentos na capital paulista contemplam áreas entre 30 m² e 45 m². Pensando nesse novo estilo de vida, o paisagista regenerativo João Queiroz apresenta formas de projetar e cultivar jardins em pequenos espaços, totalmente adaptados à vida moderna e muito eficientes para promoverem o bem-estar necessário da natureza presente em nosso dia a dia.
João Queiroz tem como sua principal missão possibilitar a reconexão da vida urbana com a natureza e conta que com uma área de sol e apenas duas horas de dedicação semanal é possível cultivar um verdadeiro oásis intimista, um pequeno refúgio natural, para o dia a dia tão conturbado. De acordo com uma pesquisa realizada por Ming Kuo, da Universidade de Illinois, o contato com a natureza fortalece o sistema imunológico e funciona como uma espécie de fornecedor de tudo o que nosso organismo precisa para se proteger. Além disso, outro estudo relaciona o contato com a natureza à saúde mental. A conexão é capaz de reduzir o cortisol e interfere positivamente no sistema nervoso simpático e parassimpático.
O paisagista usa como referência seu próprio pequeno jardim em um apartamento de 80m2, que possui 120 plantas, além da criação de peixes em um vaso aquático com lótus brancas e até abelhas. “Meu jardim é onde testo todos os limites que posso ir para promover a minha conexão e a dos meus clientes com a natureza. É o meu pequeno jardim que me dá a inspiração necessária para projetos de todas as proporções”. Para João, jardins pequenos têm o poder de criar ainda mais conexão e sintonia com quem cuida, pois cada nova folha ou flor que nasce, viram parte da decoração e fazem uma enorme diferença no ambiente.
Tipos de plantas que melhor funcionam em pequenos ambientes
João explica que depende muito da insolação, mas algumas espécies consideradas queridinhas de jardineiros urbanos são: Philodendron Glorioso, Begonia Maculata, Medlinea Magnifica, Kroton e Pacova.
O ambiente ideal
Sol, são necessárias pelo menos seis horas de sol por dia para se manter um jardim. Se for um ambiente coberto, como no caso de seu próprio apartamento em algumas áreas, é necessária a ajuda de luzes growsafe,uma tecnologia de lâmpadas que reproduz os raios do sol necessários para fotossíntese.
A manutenção
Um pequeno jardim tem manutenção baixa. Segundo João, em seu trabalho busca planejar jardins que se mantêm com duas horas de dedicação semanal, (Rega, poda, retirar folhas secas, adubar, controlar bichos) que se tornam momentos de prazer e meditação. Ele explica que as plantas são adaptáveis a diversas rotinas. Há espécies que não exigem um cuidado diário, para pessoas que passam dias fora de casa, e há as que exigem uma maior atenção. ”Para quem tem mais tempo podemos colocar orquídeas, hortas, plantas que exigem cuidados mais recorrentes. Já para quem tem uma rotina mais corrida e não consegue se dedicar tanto, colocamos suculentas, ficus e alguns philodendruns”, detalha.
“O momento de se cuidar de um pequeno jardim, se torna uma rotina meditativa e muito recompensadora. Nossa vida caótica também nos traz a oportunidade de valorizar o contato com a natureza. É recompensador receber mensagens de clientes vibrando com folhas novas, perceber que consegui criar essa conexão”, reforça João.
Sobre a Petrichor:
O nome Petrichor vem do Grego “Petros”, que significa Pedra e “ICHOR”, que quer dizer “O fluido que passa pela veia dos deuses”. É a conexão da natureza através da chuva. Os jardins criados pela Petrichor são como recantos de reconexão sustentáveis, independente do seu tamanho. O jardim é para trazer prazer e não trabalho, portanto, preza-se pelo uso de espécies nativas, adaptados ao ambiente, contribuindo para seu auto-desenvolvimento. Um jardim que é vivo e não apenas contemplado. Por trás da Petrichor está João Queiroz, paisagista com uma missão maior, reaproximar a natureza deste contexto tão urbanístico. Estudou inovação exponencial na Singulatiry em Santa Clara na Califórnia.