Dirigido por Ciro Barcelos, o ator se desnuda em seu primeiro monólogo que teve ingressos esgotados na primeira temporada no RJ e SP
Rodrigo Simas vive um ator que está prestes a estrear seu primeiro monólogo inspirado no clássico texto de William Shakespeare, “Hamlet”. A trama poderia ser a do próprio Rodrigo que, pela primeira vez, também está sozinho no palco com o espetáculo que teve a primeira temporada de sucesso com ingressos esgotados no RJ e SP e que, agora, reestreia dia 05 de agosto, no Teatro ViradaLata, sob a direção de Ciro Barcelos.
“Prazer Hamlet” explora os medos, os questionamentos e os fantasmas internos desse ator que se vê obsediado por Hamlixo que o incita numa escavação pelos labirintos da hipocrisia social e do coração do Príncipe Hamlet, levando-o a uma questão jamais abordada nas inúmeras montagens teatrais da obra: Quem o príncipe amou afinal?
No texto original de Shakespeare, o Príncipe Hamlet corteja Ofélia. Há dúvidas se o príncipe está em êxtase com esse amor ou louco com a morte do pai e atormentado por seu fantasma. Os amigos não acreditam nesse amor. Quando ele se encontra sozinho com Ofélia no quarto, nada acontece e ela fica estarrecida. Depois, numa discussão, ele sugere que ela vá para um convento.
Com cenário, adereços e figurinos assinados por Claudio Tovar, Rodrigo se despe no palco, ficando em uma das cenas apenas com um cinto de castidade. Representando a sexualidade da personagem Hamlet, omitida por Shakespeare, que nunca foi abordada. Um figurino feito em couro preto que remete uma estética medieval e moderna ao mesmo tempo.
“A exposição é muito relativa, não necessariamente está ligada à nudez. Não tenho problema com a nudez e acho que a sociedade é que tem. É uma questão religiosa também. Com a criação de tabus e padrões, super valorizam e problematizam a exposição de um corpo”, analisa Simas.
A ideia do trabalho com o diretor Ciro Barcelos surgiu em 2012, quando os dois se encontraram no palco do “Dança dos Famosos”, do “Domingão do Faustão”. “Ele foi jurado técnico e no final conversamos e ali já havia uma vontade de trabalharmos juntos. 10 anos depois, eis que sou o seu Hamlet. Que responsabilidade!”, diz Rodrigo.